quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Eu tomo pinga, eu não sei o que é melhor pra mim?

A suavidade poética que impregna os acordes pegajosos das canções da banda mineira Pato Fu deixa bem claro que temos sim, uma banda Pop de altíssima qualidade.

Para aqueles ainda não habituados a ouvir um Cd sem se despir das diversas influencias mercadológicas que insistem em vincular hit’s grudentos e, estereotipar os artistas como se fossem esses produtos ao alcance das mãos nas prateleiras da vida, ao ouvir o som do Pato Fu, provavelmente terão a impressão de estar diante de mais uma banda adolescente.

Esse ledo engano, faz com que Fernanda Takai, John e compania sejam tratados como compositores menores, empoeirando de forma prematura uma obra que deveria servir de molde para as diversas bandas que se arriscam nesse terreno perigoso e infértil qualitativamente falando chamado de cenário Pop.

A diversidade de timbres, os arranjos atemporais, a voz pluma de Takai, e a poesia explicita nas canções de John, somados a uma irreverência inteligentíssima, fazem do Pato Fu a melhor e banda Pop do Brasil.



Simplicidade

Vai diminuindo a cidade
Vai aumentando a simpatia
Quanto menor a casinha
Mais sincero o bom dia

Mais mole a cama em que durmo
Mais duro o chão que eu piso
Tem água limpa na pia
Tem dente a mais no sorriso

Busquei felicidade
Encontrei foi Maria
Ela, pinga e farinha
E eu sentindo alegria

Café tá quente no fogo
Barriga não tá vazia
Quanto mais simplicidade
Melhor o nascer do dia

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