quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Fique por dentro

Sexta-feira, 31 de Agosto de 2007

HISTÓRIAS E DESTINOS, com Ilan Brenman

Histórias & Destinos com o contador de histórias Ilan Brenman.

Narrativas surgem, de forma inusitada, de cartas de tarô...

Inscreva-se ! Vagas limitadas.

Das 20h às 21h

Livraria da Vila na Casa do SaberRua Dr. Mário Ferraz, 414 - Itaim Telefone: 3073-0513

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Sextas-Feiras com MÚSICA AO FINAL DA TARDE


A música está de volta na Livraria Sobrado. Para quem já conhece, estamos falando daqueles finais de sextas-feiras muito agradáveis acompanhados de boa música. Para quem ainda não teve a oportunidade de conhecer, vale a pena conferir:
Todas as sextas-feiras, das 17:00 às 20:00h a Livraria Sobrado apresenta uma Programação Musical ao vivo para proporcionar a seus clientes um final de tarde ainda mais agradável.
Sempre haverá um conjunto tocando MÚSICA INSTRUMENTAL suave e de qualidade. São repertórios variados de MPB, Bossa Nova, Jazz, Clássicos Internacionais, entre outros. Os conjuntos, Duetos ou Trios formados por músicos profissionais, tocam Piano, Sax, Flauta, Guitarra Acústica e Baixo.
Nada como desfrutar de um ambiente bonito e aconchegante, de um bom livro ou de um bom café acompanhados de boa música. Venha relaxar e curtir. Você é nosso convidado. Será um grande prazer recebê-lo.
Evento gratuito.

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Quarta-feira, 5 de setembro às 19h30
Livro: PERSPECTIVAS DO AGORA - Criando estratégias positivas para o desenvolvimento e transição de carreira
Autor: Renato RicciEditora: Qualitec
Local: Livraria Cultura Shopping Villa-Lobos - Av. Nações Unidas, 4777 - São Paulo/SP
Palestra e Autógrafos
O master coach executivo Renato Ricci lança o livro 'Perspectivas do agora'. Esta é a décima obra do autor que, usando a sua experiência adquirida junto a executivos e empresários, aborda a temática da mudança de carreira de forma direta e objetiva. Ricci propõe uma avaliação de diversos temas correlatos, tais como: felicidade profissional, intuição, uso melhor de nosso senso cognitivo, visão de adversidades, otimismo e liderança pessoal. 'Muitos se encontram hoje diante da dúvida se vale a pena mudar de profissão, abandonar um emprego, abrir um novo negócio ou assumir riscos em novas oportunidades', explica Ricci.'Esta visão de transição é uma habilidade muito importante a ser desenvolvida nas pessoas. Quem não se preparar para isto, estará fadado a perder espaço no mercado e na vida profissional. Aliar desempenho ótimo com felicidade pessoal é o atual grande desafio', completa.Entre os estudos e métodos que ancoram Perspectivas do Agora estão a teoria da alta performance (flow), a investigação apreciativa (IA), o quociente de adversidade (QA), e o coaching apreciativo, entre outros. 'O livro leva os leitores à reflexão e propõe ações imediatas. A idéia é criar uma estratégia positiva individual para que se consiga atingir o sucesso esperado', afirma Ricci.
Sobre o autor: Renato Ricci é master coach executivo e pessoal, com certificação internacional pelo Integrated Coaching Institute - EUA. Atua também como palestrante e facilitador em diversos temas, entre eles liderança e estratégia organizacional. Já treinou mais de 5.000 pessoas nos últimos anos. Durante sua carreira profissional, exerceu cargos executivos em empresas multinacionais. Possui uma experiência de 20 anos como consultor na área de gestão de negócios. É membro do ICF (International Coaching Federation), entidade que congrega os quase 15 mil coaches do mundo, e um dos primeiros associados ao IBCO (Instituto Brasileiro de Consultores de Organização). Entre seus clientes estão empresas como Grupo Pão de Açúcar, Alpargatas, IOB Thomson, Carlson Wagonlit, IDG Group, ZF-SACHS Automotive, Fresenius-Hemocare, Simpress, Dana, Eaton, entre outros.

Poemas

ST-7

Não , não sou completo, nunca serei;
Tenho medidas,
mas náo tenho exatidão;

Exata ,sim , é minha solidão. - Atibaia-26.l2.82


Sp-24

A cidade emerge na manhã cinza
assegurada por pó , faíscas e trânsito.
O operário traz pequenos estômagos enlatados
de marmita , prata irônica

A cidade é uma máquina , ou a máquina é a sentença da cidade?
Ausente a ternura da água
preside a aspereza do concreto
sobre grossa nuvem de pó.

A última erva foi atropelada
entre a calçada e o bueiro.

O compasso é uno
o silêncio é fenda.
As buzinas atentas emergem ao sinal que abre.

Surge deflorada a manhã , ofendendo a cidade,
não mais virgem , mais intacta,
de pó nuvem e fumaça. Sp 23.03.84

O amor é um meio que não comunica?

As últimas aulas que tive me trouxeram até aqui.
Para, através deste corpo físico, que é ao mesmo tempo o meio e a mensagem, explicar algo totalmente intangível: o “AMOR”...
Tenho para comigo alguns conceitos que me fazem crer que, o meio da saudade é a falta, assim como o meio do esquecimento é o desuso.
Quando eu sinto saudade de algo, ou de alguém, acabo materializando no vazio do meu interior algo que ocupa mais espaço do que a refeição que fiz na noite passada.
Como explicar isso?
É estranho saber que algo que para muitos é totalmente incorpóreo pesa tanto dentro desse recipiente gasto e inacabado que eu insisto em chamar de corpo.
É isso mesmo, INACABADO, pois se não perceberam ainda, sou um ser em construção, e é aos poucos que vou inaugurando em mim um caminho feito só de flores.Enquanto esse caminho não se materializa sob meus pés urbanos fatigados e ávidos por areia, tento me acostumar com meus sapatos apertados.
E o amor, qual o meio do amor, e que mensagem ele se presta a transmitir?
Se tomarmos a fotografia como exemplo, poderemos perceber que seu meio é o papel, a tela do computador, ou seja, o meio de qualquer coisa é maneira pela qual essa se apresenta a nós, seres desprovidos de mediunidade.
E o amor?
Por quais vias esse sentimento palpável se manifesta?
Nós, seres providos de um amor tácito, como transmitimos nossa mensagem, através de que meio?
O amor que sinto pertence a quem, se não sou eu o senhor de seus atos?
Esse rebanho de perguntas de certo não me trouxeram até aqui, como também não me levaram a lugar algum, no entanto, essa série de indagações se fazem necessárias para a formulação de mais uma gota de tentativa de entendimento nesse oceano de incertezas...
Se o meio é a mensagem, como sugere o livro que serve de base para esse desastroso aglomerado de devaneios, podemos concluir que o Amor sendo ele um meio de transmitimos ao outro uma parcela de nosso querer voluntário, ele é também a mensagem.
Mensagem carregada de uma complexidade imune a manual de instruções, o amor não encontra em si entendimento para seu recado, assim como todo meio, o amor precisa de um interlocutor e de um espectador.
Só nesse espectador o amor encontra um espelho, onde Narciso encontra seu céu e inferno, sua imagem e a si próprio, numa beleza inerte e “umbiguista”.
Cá estou, tentando persuadir-lhe, e nessa vã tentativa de fazer com que você creia nessa idéia da qual até mesmo eu chego a duvidar, acabo me acostumando com essa “verdade a atravessar pontes”.
Se, é o amor o meio e a mensagem, o que venho a ser se não a ferramenta obsoleta?
Sinceramente, não sei.
E talvez eu nunca venha, a saber.
Mas sigo sem escolha, pois como já dizia Drummond:
“...Este o nosso destino: amor sem conta,distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas...”

Douglas Alves

Poesia para os ouvidos

Texto: Douglas Alves Coimbra

A sofisticação arcaica.
Performance teatral, literatura de cordel e uma panela de pressão rítmica a ponto de explodir, esse é Cordel do Fogo Encantado.
Há dez anos na estrada e com três Cd’s lançados, o Cordel já figura entre uma das bandas mais inventivas da nossa história musical.
A poesia de Lirinha, o violão de Clayton Barros e a percussão de Emerson Calado, Nego Henrique e Rafa Almeida, fazem do Cordel um espetáculo não só para os ouvidos, mas também para os olhos.
A teatralidade intrínseca na obra do Cordel perpassa os limites sonoros, nos remetendo a um universo lúdico. A terra do Fogo Encantado, terra de Sol vermelho feito carmim onde a seca fala mais alto e, quando chove “o sapo vomita espuma e a vaca onde pisa se atola”.
Imbuídos de uma poesia que escapa dos limites lingüísticos o Cordel do fogo Encantado através da figura de Lirinha é a banda nacional que melhor traduz a riqueza poética de nossa língua.
Uma língua que conhece desde cedo a secura morfológica da palavra sertão, mas ainda sim, faz com que do deserto dos confins de Arco Verde brotem ante a nossa vista cansada da mesmice mercadológica musical, uma banda que conseguiu seu lugar ao sol, sem que para isso fosse preciso se Caetanear.
E é com essa poesia que ficaremos hoje...





Transfiguração
Cordel Do Fogo Encantado

Composição: Lirinha

A paixão é um mar
Parabólica
Dilatada

Estrada que dói
Encanto de flor
Labirinto
Espera de redes
Parece toda raiz
Só raiz
Quando não canta o trovão
Transfiguração

Com a sua pele sagrada
A sua boca sagrada
E a sua vida no chão

Volta que esse mundo só precisa de você
Volta outro homem nunca assim vai te chamar
Não fique ai enterrada
Não fique ai enterrada
Vem pra rua

Notícias

OS CEM MELHORES POEMAS BRASILEIROS DO SÉCULO, Organização de Ítalo Moriconi - Após a bem-sucedida edição de Os cem melhores contos brasileiros, há um ano na lista dos mais vendidos, a editora Objetiva lança o segundo volume da coleção que resgata as preciosidades da produção literária brasileira ao longo do século XX: OS CEM MELHORES POEMAS BRASILEIROS DO SÉCULO. Para garimpar os versos que fossem capazes de montar o panorama poético do período, a Objetiva escalou, mais uma vez, o professor Ítalo Moriconi, que, ao longo de 12 meses, praticou um exercício de verdadeira cartografia poética, identificando autores, suas obras e a repercussão delas junto ao público. Repetindo o critério de seleção dos contos, Moriconi deixou de lado os academicismos e orientou-se pelo desejo de oferecer ao leitor uma amostra do que há de melhor — poetas destacados e legitimados pela crítica, poemas definitivos e inesquecíveis.

Fonte: http://br.geocities.com/esquinadaliteratura/leitor/nota007.html

Aguardando o amanhã

Observamos que a humanidade aguarda com ansiedade: como será o AMANHÃ.
São dúvidas, incertezas, temores que minam diariamente, a mente dos que incrédulos, e dos que diante dos acontecimentos,
são temerosos por uma insegurança, e de tudo que poderá advir num futuro, que não tem hora para chegar.
Coloquemos nos dois pratos da balança da vida: os OTIMISTAS E OS PESSIMISTAS.
Não haverá um terceiro prato, pois os indiferentes, em minoria, estarão inseridos entre os otimistas e pessimistas e serão aqueles que alheios ao passado, indiferentes ao presente não cogitam saber como será o amanhã.
Acho que os dois pratos não estão com o peso ideal, não estão em equilíbrio perfeito, como deveriam estar, para poder ser mais bem avaliado: como será o amanhã.
Os otimistas sempre serão aqueles que se esforçam para alcançar seus objetivos, que vivenciam a era do conhecimento, da globalização, do avanço tecnológico e sabem que a Humanidade encontrará uma solução, o remédio eficaz para que possa ser minimizada e expurgada da face da terra: tudo que ameaça, amedronta e coloca em pânico o ser humano.
Quanto aos pessimistas, infelizmente estarão se debatendo na intranqüilidade: serão sempre os eternos: “Não há remédios nem medidas acauteladoras que venham refrear o triste amanhã”.
E assim entre PESSIMISTAS E OTIMISTAS, os dias estarão correndo e tenho a certeza e confiança de podermos viver um FUTURO PRÓDIGO, alijado e minimizado dos temores em todos os sentidos, que tanto afligem o ser Humano.

Dinah Lunardelli Salomon - 23/8/2007.

Fonte: http://recantodasletras.uol.com.br/cronicas

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Poesia

Debaixo da Ponte

Enrique Gómez-Correa

Debaixo da ponte do arcebispo, junto a uma verdadeira corte dos milagres, reúnem-se os mendigos.


Mendigos cristãos, mendigos ateus, mendigos budistas, mendigos muçulmanos, mendigos judeus.

Enfim, mendigos de todas as cores.Discutem o resultado do sim e não a suas petições.

Discutem a desvalorização da moeda e a proliferação de falsos mendigos.

O mendigo cristão fala da perda de prestígio da caridade nos dias de hoje.

O mendigo ateu disserta sobre o não-deus e suas pouco eficazes prédicas no deserto.

O mendigo budista fala das dificuldades atuais de que padece a transparência do nirvana.

O mendigo muçulmano insiste na urgência de alguns fanatismos em nome de Alah.

O mendigo judeu lamenta que freqüentes ataques de ira de Jeovah caiam sobre sua cabeça.

E o mendigo de outras cores se queixa das queixas dos mendigos queixosos.

Depois, tudo termina e os peregrinos voltam às suas respectivas igrejas, maldizendo os usurpadores de seus respectivos direitos.


Sobre o autor: Enrique Gómez-Correa nasceu em Talca, Chile (1915-1995). Poeta explosivo e ensaísta. Fez parte da geração do grupo Mandrágora, de filiação surrealista.


Fonte:
http://www.tvcultura.com.br/provocacoes/poesia.asp?poesiaid=37

Poesia digital brasileira

1ª Parte
Autor em evidência: Ernesto Manuel de Melo e Castro
Palavras-chave: Poesia Digital. Virtual do virtual

RESUMO: No seu ensaio A poesia portuguesa sob o signo de saturno, João Barrento sustenta a hipótese de que muitos poetas portugueses das últimas décadas do século XX apresentam uma tendência para a melancolia. Com base nesse postulado Lucilo Antônio Rodrigues busca identificar alguns elementos que atestem a permanência de um sentimento de perda (e conseqüente melancolia) na poesia digital de Ernesto Manuel de Melo e Castro.



A poesia de Melo e Castro sob o signo de Saturno

O tempo de saturno é o tempo do espaço sideral, não é o tempo dos homens, determinados pela consciência da morte. É o tempo quase infinito, na escala dos milhões e dos bilhões de anos-luz; tempo que avança e retrocede, relativo. O Tempo de saturno não é o tempo do relógio, mas o do deslocamento no espaço-tempo, ou seja: o tempo enquanto dimensão concreta da realidade, que pode ser identificado como o próprio movimento. O tempo de que falamos não é habitado pela história, porque diz respeito somente à matéria, ao choque de coisas como planetas, moléculas, átomos, fótons.


Figura 1. ARLUZSINAL 3D

Apesar da natureza visual, esse poema tem palavras: o seu título. Decompondo o vocábulo “Arluzsinal”, temos três palavras: ar, luz e sinal. As duas primeiras palavras referem-se, diretamente, ao mundo da matéria: o ar e a luz; o terceiro a um dos possíveis movimentos da matéria: o sinal. É claro que o sinal, enquanto signo, só pode ser entendido pelos homens, mas ele é um dos modos de comunicação entre as máquinas: um computador pode não entender uma proposição verbal, mas pode responder, de modo eficiente, a um sinal. Finalmente, a palavra 3D remete ao universo do mundo virtual, isto é, ao modo como esse poema foi concebido que, por sua vez, relaciona-se com o software utilizado.

Em “Arluzsinal 3D” é notório o plasmar da matéria em um movimento acima ou igual à velocidade da luz; matéria em explosão, em expansão infinita: um big-bang, um pulsar ou uma quantidade infinita de informação. Explodir, expandir é um dos deslocamentos possíveis da matéria, mas, além esse movimento, que denuncia o eu da matéria, há ainda outros eus que se fazem presentes na própria materialização do poema: a máquina, o programa, os algoritmos que produziram essa sensação de movimento também ali respiram e clamam por seu quinhão de vida neste mundo virtual. Também um eu longínquo, da tradição poética, respira aqui: os paralelismos, representados pelos raios de luz, por um lado, garantem um mínimo de equilíbrio ao poema, enquanto a gradação, visível na mudança dos tons, branco-amarelo-laranja e azul-lilás, garante, por outro lado, um movimento modular, atenuando a imagem da velocidade. O homem, aqui, está fora de qualquer possibilidade: não reconhecemos nesse movimento linear as nossas desastradas pegadas, os nossos vacilos e recuos; as linhas propagam-se inflexivelmente retas, certas, duradouras em todas as direções possíveis; é essa certeza inexorável, o movimento maquinal e eterno, que nos remete à Olímpia de Hoffman, aos autômatos de cordas e terminam por povoar o nosso espírito de inquietantes sombras.

Lucilo Antônio Rodrigues
Mestre em Teoria da Literatura / UNESP – S. J. Rio Preto
Doutorando em Teoria da Literatura / UNESP - S.J. Rio Preto
luciloterra@terra.com.br

Fonte: http://www.textodigital.ufsc.br/num03/lucilo.htm

O mundo muda

Engaiolei o corvo de Edgar,
Desci do alto de minha altura,
E percebi que o mundo não mudou,
Editei o sorriso de Monalisa,
Dei braços a Vênus de Millos,
Que sorridente acenou com a mão,
E o mundo ainda sim não mudou,
Juntei-me ao rebanho de Pessoa,
Dancei com Shiva um xaxado,
E fora do compasso ela pisou no meu pé de vento,
E o mundo não mudou,
Pintei a cara e fui às ruas,
Pintei a cara e fui ao circo,
Mudei-me pra uma casinha no campo,
Levei comigo meus discos e livros,
E nada de o mundo mudar,
Mudei o corte de cabelo,
O tamanho de meus sapatos,
O número do meu celular,
Meu gosto por música,
E ainda sim o mundo não mudou,
Desisti de mudar,
Perdi meu medo do escuro,
O medo do futuro,
O medo da morte,
E me fiz então um novo homem.



Por Douglas Alves.