É de longe que fito o que quero
Sem nunca me aproximar do objeto de desejo
E desejo distante o que almejo
Vendo refletido em mim o que não vejo
Não sou o meu próprio espelho,
Nem sou vela para o vento que em mim sopra,
Sou eu almirante e barco onde me navego,
Esperando a assinatura vã dessa triste obra,
É ausente que acho meu enleio,
Abstraindo do que possuo o que já não tenho,
É em mim que apago a borracha o que não leio,
Como cria que tira o sustento do próprio seio,
Eu me acho naquilo em que me empenho,
E no fim da lida, sou apenas ilha com saudade do barco que nunca veio.
Douglas Alves
quinta-feira, 8 de novembro de 2007
Barcos e espelhos
Postado por
Anônimo
às
00:27
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