Sexta-feira, 31 de Agosto de 2007
HISTÓRIAS E DESTINOS, com Ilan Brenman
Histórias & Destinos com o contador de histórias Ilan Brenman.
Narrativas surgem, de forma inusitada, de cartas de tarô...
Inscreva-se ! Vagas limitadas.
Das 20h às 21h
Livraria da Vila na Casa do SaberRua Dr. Mário Ferraz, 414 - Itaim Telefone: 3073-0513
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quarta-feira, 29 de agosto de 2007
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Anônimo
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Poemas
ST-7
Não , não sou completo, nunca serei;
Tenho medidas,
mas náo tenho exatidão;
Exata ,sim , é minha solidão. - Atibaia-26.l2.82
Sp-24
A cidade emerge na manhã cinza
assegurada por pó , faíscas e trânsito.
O operário traz pequenos estômagos enlatados
de marmita , prata irônica
A cidade é uma máquina , ou a máquina é a sentença da cidade?
Ausente a ternura da água
preside a aspereza do concreto
sobre grossa nuvem de pó.
A última erva foi atropelada
entre a calçada e o bueiro.
O compasso é uno
o silêncio é fenda.
As buzinas atentas emergem ao sinal que abre.
Surge deflorada a manhã , ofendendo a cidade,
não mais virgem , mais intacta,
de pó nuvem e fumaça. Sp 23.03.84
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O amor é um meio que não comunica?
É estranho saber que algo que para muitos é totalmente incorpóreo pesa tanto dentro desse recipiente gasto e inacabado que eu insisto em chamar de corpo.
Se tomarmos a fotografia como exemplo, poderemos perceber que seu meio é o papel, a tela do computador, ou seja, o meio de qualquer coisa é maneira pela qual essa se apresenta a nós, seres desprovidos de mediunidade.
E o amor?
Por quais vias esse sentimento palpável se manifesta?
Nós, seres providos de um amor tácito, como transmitimos nossa mensagem, através de que meio?
O amor que sinto pertence a quem, se não sou eu o senhor de seus atos?
Esse rebanho de perguntas de certo não me trouxeram até aqui, como também não me levaram a lugar algum, no entanto, essa série de indagações se fazem necessárias para a formulação de mais uma gota de tentativa de entendimento nesse oceano de incertezas...
Se o meio é a mensagem, como sugere o livro que serve de base para esse desastroso aglomerado de devaneios, podemos concluir que o Amor sendo ele um meio de transmitimos ao outro uma parcela de nosso querer voluntário, ele é também a mensagem.
Mensagem carregada de uma complexidade imune a manual de instruções, o amor não encontra em si entendimento para seu recado, assim como todo meio, o amor precisa de um interlocutor e de um espectador.
Só nesse espectador o amor encontra um espelho, onde Narciso encontra seu céu e inferno, sua imagem e a si próprio, numa beleza inerte e “umbiguista”.
Cá estou, tentando persuadir-lhe, e nessa vã tentativa de fazer com que você creia nessa idéia da qual até mesmo eu chego a duvidar, acabo me acostumando com essa “verdade a atravessar pontes”.
Se, é o amor o meio e a mensagem, o que venho a ser se não a ferramenta obsoleta?
Sinceramente, não sei.
E talvez eu nunca venha, a saber.
Mas sigo sem escolha, pois como já dizia Drummond:
“...Este o nosso destino: amor sem conta,distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas...”
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Poesia para os ouvidos
A sofisticação arcaica.
Há dez anos na estrada e com três Cd’s lançados, o Cordel já figura entre uma das bandas mais inventivas da nossa história musical.
A poesia de Lirinha, o violão de Clayton Barros e a percussão de Emerson Calado, Nego Henrique e Rafa Almeida, fazem do Cordel um espetáculo não só para os ouvidos, mas também para os olhos.
A teatralidade intrínseca na obra do Cordel perpassa os limites sonoros, nos remetendo a um universo lúdico. A terra do Fogo Encantado, terra de Sol vermelho feito carmim onde a seca fala mais alto e, quando chove “o sapo vomita espuma e a vaca onde pisa se atola”.
Imbuídos de uma poesia que escapa dos limites lingüísticos o Cordel do fogo Encantado através da figura de Lirinha é a banda nacional que melhor traduz a riqueza poética de nossa língua.
Uma língua que conhece desde cedo a secura morfológica da palavra sertão, mas ainda sim, faz com que do deserto dos confins de Arco Verde brotem ante a nossa vista cansada da mesmice mercadológica musical, uma banda que conseguiu seu lugar ao sol, sem que para isso fosse preciso se Caetanear.
E é com essa poesia que ficaremos hoje...
Transfiguração
Cordel Do Fogo Encantado
Composição: Lirinha
A paixão é um mar
Parabólica
Dilatada
Estrada que dói
Encanto de flor
Labirinto
Espera de redes
Parece toda raiz
Só raiz
Quando não canta o trovão
Transfiguração
Com a sua pele sagrada
A sua boca sagrada
E a sua vida no chão
Volta que esse mundo só precisa de você
Volta outro homem nunca assim vai te chamar
Não fique ai enterrada
Não fique ai enterrada
Vem pra rua
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Notícias
Fonte: http://br.geocities.com/esquinadaliteratura/leitor/nota007.html
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Aguardando o amanhã
São dúvidas, incertezas, temores que minam diariamente, a mente dos que incrédulos, e dos que diante dos acontecimentos,
são temerosos por uma insegurança, e de tudo que poderá advir num futuro, que não tem hora para chegar.
Coloquemos nos dois pratos da balança da vida: os OTIMISTAS E OS PESSIMISTAS.
Não haverá um terceiro prato, pois os indiferentes, em minoria, estarão inseridos entre os otimistas e pessimistas e serão aqueles que alheios ao passado, indiferentes ao presente não cogitam saber como será o amanhã.
Acho que os dois pratos não estão com o peso ideal, não estão em equilíbrio perfeito, como deveriam estar, para poder ser mais bem avaliado: como será o amanhã.
Os otimistas sempre serão aqueles que se esforçam para alcançar seus objetivos, que vivenciam a era do conhecimento, da globalização, do avanço tecnológico e sabem que a Humanidade encontrará uma solução, o remédio eficaz para que possa ser minimizada e expurgada da face da terra: tudo que ameaça, amedronta e coloca em pânico o ser humano.
Quanto aos pessimistas, infelizmente estarão se debatendo na intranqüilidade: serão sempre os eternos: “Não há remédios nem medidas acauteladoras que venham refrear o triste amanhã”.
E assim entre PESSIMISTAS E OTIMISTAS, os dias estarão correndo e tenho a certeza e confiança de podermos viver um FUTURO PRÓDIGO, alijado e minimizado dos temores em todos os sentidos, que tanto afligem o ser Humano.
Dinah Lunardelli Salomon - 23/8/2007.
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terça-feira, 21 de agosto de 2007
Poesia
Debaixo da Ponte
Enrique Gómez-Correa
Debaixo da ponte do arcebispo, junto a uma verdadeira corte dos milagres, reúnem-se os mendigos.
Mendigos cristãos, mendigos ateus, mendigos budistas, mendigos muçulmanos, mendigos judeus.
Enfim, mendigos de todas as cores.Discutem o resultado do sim e não a suas petições.
Discutem a desvalorização da moeda e a proliferação de falsos mendigos.
O mendigo cristão fala da perda de prestígio da caridade nos dias de hoje.
O mendigo ateu disserta sobre o não-deus e suas pouco eficazes prédicas no deserto.
O mendigo budista fala das dificuldades atuais de que padece a transparência do nirvana.
O mendigo muçulmano insiste na urgência de alguns fanatismos em nome de Alah.
O mendigo judeu lamenta que freqüentes ataques de ira de Jeovah caiam sobre sua cabeça.
E o mendigo de outras cores se queixa das queixas dos mendigos queixosos.
Depois, tudo termina e os peregrinos voltam às suas respectivas igrejas, maldizendo os usurpadores de seus respectivos direitos.
Sobre o autor: Enrique Gómez-Correa nasceu em Talca, Chile (1915-1995). Poeta explosivo e ensaísta. Fez parte da geração do grupo Mandrágora, de filiação surrealista.
Fonte: http://www.tvcultura.com.br/provocacoes/poesia.asp?poesiaid=37
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Poesia digital brasileira
Autor em evidência: Ernesto Manuel de Melo e Castro
Palavras-chave: Poesia Digital. Virtual do virtual
RESUMO: No seu ensaio A poesia portuguesa sob o signo de saturno, João Barrento sustenta a hipótese de que muitos poetas portugueses das últimas décadas do século XX apresentam uma tendência para a melancolia. Com base nesse postulado Lucilo Antônio Rodrigues busca identificar alguns elementos que atestem a permanência de um sentimento de perda (e conseqüente melancolia) na poesia digital de Ernesto Manuel de Melo e Castro.
Figura 1. ARLUZSINAL 3D
Apesar da natureza visual, esse poema tem palavras: o seu título. Decompondo o vocábulo “Arluzsinal”, temos três palavras: ar, luz e sinal. As duas primeiras palavras referem-se, diretamente, ao mundo da matéria: o ar e a luz; o terceiro a um dos possíveis movimentos da matéria: o sinal. É claro que o sinal, enquanto signo, só pode ser entendido pelos homens, mas ele é um dos modos de comunicação entre as máquinas: um computador pode não entender uma proposição verbal, mas pode responder, de modo eficiente, a um sinal. Finalmente, a palavra 3D remete ao universo do mundo virtual, isto é, ao modo como esse poema foi concebido que, por sua vez, relaciona-se com o software utilizado.
Em “Arluzsinal 3D” é notório o plasmar da matéria em um movimento acima ou igual à velocidade da luz; matéria em explosão, em expansão infinita: um big-bang, um pulsar ou uma quantidade infinita de informação. Explodir, expandir é um dos deslocamentos possíveis da matéria, mas, além esse movimento, que denuncia o eu da matéria, há ainda outros eus que se fazem presentes na própria materialização do poema: a máquina, o programa, os algoritmos que produziram essa sensação de movimento também ali respiram e clamam por seu quinhão de vida neste mundo virtual. Também um eu longínquo, da tradição poética, respira aqui: os paralelismos, representados pelos raios de luz, por um lado, garantem um mínimo de equilíbrio ao poema, enquanto a gradação, visível na mudança dos tons, branco-amarelo-laranja e azul-lilás, garante, por outro lado, um movimento modular, atenuando a imagem da velocidade. O homem, aqui, está fora de qualquer possibilidade: não reconhecemos nesse movimento linear as nossas desastradas pegadas, os nossos vacilos e recuos; as linhas propagam-se inflexivelmente retas, certas, duradouras em todas as direções possíveis; é essa certeza inexorável, o movimento maquinal e eterno, que nos remete à Olímpia de Hoffman, aos autômatos de cordas e terminam por povoar o nosso espírito de inquietantes sombras.
Lucilo Antônio Rodrigues
Mestre em Teoria da Literatura / UNESP – S. J. Rio Preto
Doutorando em Teoria da Literatura / UNESP - S.J. Rio Preto
luciloterra@terra.com.br
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O mundo muda
Engaiolei o corvo de Edgar,
Desci do alto de minha altura,
E percebi que o mundo não mudou,
Editei o sorriso de Monalisa,
Dei braços a Vênus de Millos,
Que sorridente acenou com a mão,
E o mundo ainda sim não mudou,
Juntei-me ao rebanho de Pessoa,
Dancei com Shiva um xaxado,
E fora do compasso ela pisou no meu pé de vento,
E o mundo não mudou,
Pintei a cara e fui às ruas,
Pintei a cara e fui ao circo,
Mudei-me pra uma casinha no campo,
Levei comigo meus discos e livros,
E nada de o mundo mudar,
Mudei o corte de cabelo,
O tamanho de meus sapatos,
O número do meu celular,
Meu gosto por música,
E ainda sim o mundo não mudou,
Desisti de mudar,
Perdi meu medo do escuro,
O medo do futuro,
O medo da morte,
E me fiz então um novo homem.
Por Douglas Alves.
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