sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Aquela que veio

Ela virá
E quando chegar aqui, onde as folhas já não dançam, com seu clarim envenenado vai entoar notas musicais não só audíveis, mas também visíveis.
Ela virá.
E quando chegar, saberá exatamente o que falta e o que não.
Saberá que pra ser feliz, não bastam casas no deserto do campo, nem tão pouco livros e discos empoeirados.
Ela virá.
E ao vir, trará contigo uma infinidade de infinitos, um emaranhado de caminhos que darão a lugar nenhum.
E com seus atalhos, mostrará ao meu mundo que é meu, que não existem estradas que carreguem, nem tão tem pouco existem pernas que me levem, só há asas, e um céu congestionado e esburacado.
Ela virá.
E eu saberei quando raiar o dia, e no lugar do sol, existir apenas sua luz tácita e suficiente.
Ela virá.
Pra brindar a todos com sua generosidade desprovida de intenções.
Ela virá, e no meio de outras pessoas será a mais querida, entre as mais queridas, e fará isso sem saber ao certo como, fará isso mesmo sem ter a intenção de fazer.
Ela virá, pra ser aquela que espero, mas será aquela de quem nada espero.
Ela virá, e me pedindo um pouco de luz, evidenciara o sol que há em mim.
Ela veio.

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